descubra as diferenças - um post para pensar nisto

Figura 1

Tenho uma quinta, tem dez sócios.
São eles que entram com o dinheiro.
Precisamos de um caseiro. Abrimos uma espécie de concurso, aparecem candidatos.
Cada um apresenta, conforme pedimos, um plano de actividades e de trabalhos.
Votamos entre nós para escolher um.
Escolhemos, contratamos, a termo, a 4 anos.
Damos-lhe um orçamento para gerir que somos nós que definimos. A votação desse orçamento é separada e ele não intervém nela. Obviamente não pode endividar a quinta, nem ficar a dever, nem pedir empréstimos, Isso temos de ser nós.
Estabelecemos objectivos que são os que estavam no seu plano de actividades.
Se ele achar que tem de mudar os objectivos e o plano de actividades a meio, isso carece da nossa aprovação, e voltamos a ir a votos para aprovar ou não.
Se ele não cumprir o plano de actividades, ou se for mau profissional, cessamos o contrato de trabalho, unilateralmente, e voltamos a abrir concurso.
E não lhe pagamos indemnização por incompetência, sorte tem ele se não o processarmos por danos, se os houver.



Figura 2

Tenho um país, tem dez milhões de sócios.
São eles que entram com o dinheiro.
Precisamos de um governo. Abrimos uma espécie de concurso, aparecem candidatos.
Cada um apresenta, conforme pedimos, um plano de actividades e de trabalhos.
Votamos entre nós para escolher um.
Escolhemos, contratamos, a termo, a 4 anos.
Damos-lhe um orçamento para gerir que é ele que define. Não há votação, nem o orçamento estava submetido a escrutínio, é definido por ele a priori, e temos de contribuir com o dinheiro que ele entender.
Ele fica com plenos poderes para endividar a quinta, comprar o que quiser e ficar a dever, pedir empréstimos. Sem nossa autorização.
Não há objectivos nem gestão por objectivos. O plano de actividades não é vinculativo.
Se ele achar que tem de mudar os objectivos e o plano de actividades a meio, muda, sem nos perguntar nada, sem qualquer tipo de aprovação.
Se ele não cumprir o plano de actividades, ou se for mau profissional, aguentamos, sempre connosco a pagar. Parece que é ele que manda, que ele é que é o patrão e nós somos os empregados. E ainda nos diz que se não gostamos, podemos sempre emigrar.

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